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Sociedade patriarcal...?

Foto do escritor: EduEdu

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Vi um dado dia desses que tá me fazendo pensar até agora. Como é que em um país onde 93% da população acredita viver em uma sociedade machista, só 14% admite ser machista? Os números não batem.


Eu já sabia que o brasileiro era machista porque quem aqui nunca viu a seguinte cena: uma mulher anda na rua e ao passar por um homem é assediada com assobios, “elogios” e cantadas como “ô lá em casa”. Corta a cena e vemos essa mesma mulher anos depois fazendo terapia por não saber lidar com esse tipo de situação que se repete diariamente, principalmente porque ainda a culpam pela atitude do babaca homem.


Mas o que eu ainda não tinha parado para perceber é que não é só isso que é machismo. Se “machismo” por definição é toda opinião e atitude que vai contra à igualdade entre os gêneros, fica fácil a gente ver que isso começa desde a infância, quando se coloca a menina pra brincar de boneca e casinha enquanto o menino ganha uma bola e videogame.


O mesmo acontece com as cores, que algumas pessoas cismam que tem gênero. Não, gente, o mundo não vai acabar se meninas usarem azul e meninos usarem rosa. Essa questão das cores é até interessante porque, na Idade Média, o rosa era usado por cavaleiros e por homens da nobreza. Pois é, senhoras e senhores, rosa já foi cor de macho.


Com esse exemplo também fica fácil a gente ver como o machismo é uma construção social, em outras palavras, parte da nossa cultura. E, se é a gente que define o que é para homem e o que é para mulher, também é a gente que precisa decidir parar de definir!


Esses padrões que nós criamos só fazem mal, e não digo apenas para as mulheres, que são o alvo principal disso tudo e que podem, inclusive, reproduzir falas e posturas machistas. Lembra daquela história de que “homens não choram”? Então, machismo. Homem achar que não pode se cuidar da mesma forma que as mulheres se cuidam? Machismo. Achar que é dever do homem sustentar a família? Machismo. Homem não pedir ajuda por ser “coisa de mulher”? Você já sabe a resposta.


E, claro, quando falamos de sexo, conseguimos ver onde o machismo se esconde desde certos “cavalheirismos”. Abrir a porta para a mulher passar primeiro, só para poder ver a bunda de um certo ângulo, não é legal. Outras situações que infelizmente ainda são comuns:


  • o homem dar palpites sobre como o corpo da mulher deveria estar (o exemplo clássico é reclamar dos pelos pubianos da mulher. Normalmente é dito pelos mesmos caras que tão cagando pros seus próprios pentelhos)

  • achar que gravidez é uma preocupação só das mulheres e não dividir os possíveis gastos com métodos anticoncepcionais

  • e, indo para casos extremos e criminosos, insistir na relação sem a parceira querer ou forçar a relação sem usar preservativo.


Depois de ler bastante sobre o assunto, percebi que de vez em quando tenho atitudes machistas, e é o esperado, porque como falei, isso está enraizado na nossa sociedade. Mas não precisa ser assim. Para os homens que querem ser mais responsáveis, separei algumas dicas de como não ser um babaca. Dá uma olhada pra ver se você ainda comete algum deslize ;)


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